terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Tudo ao seu Tempo

I- Passado


Te quero hoje como há vinte anos.
                    Como se nunca tivéssemos nos separado;
                    Como se fosse possível voltar no tempo e corrigir
                    Todas as ocasiões em que não me mostrei,
                    Todas as vezes em que me calei,
                    Todos os beijos que não roubei por medo.

Te quero hoje como nunca te quis.
                    Como nunca imaginei que pudesse querer alguém.
                    Como nunca ousei querer,
                    Na minha tola experiência de adolescente,
                    No meu infantil querer de faz-de-conta,
                    Naquela minha vida de menino mais novo.

Te quero como sempre pensei em querer.
                    Como sempre desejei, como sempre quis querer.
                    Te quero como não posso querer alguém que já lhe tem quem queira
                    Mas te quero ainda assim, pois sei
                    Que ninguém há de querer-te tanto nem tão bem quanto eu.
               
Te quero minha. Te quero aqui.
                    Quero a ti como quero a mim; preciso de ti
                    Quero teus beijos, teu corpo, teu amor
                    Quero teus pensamentos em mim
                    Pesando e repousando sobre mim
                    Leves como o peso dos teus olhos da cor da água.
                                                   I tuoi occhi di colore dall acqua.
                    Quero ser teu. Enfim. Finalmente. Sem mais demora.
                    Quero finalmente te mostrar
                    Que se antes eu era um garoto que jamais te mereceria
                    Hoje sou um homem que nunca te mereceu tanto.


II - Presente


soneto em verso:

Há, no teu olhar, um universo;
Há um oceano de beleza e de ternura
Que não consigo expressar em prosa ou verso:
Há o Amor nos teus olhos, em forma pura.

Há, no teu olhar, tanta doçura
Que me ilumina de azul e me põe imerso
Em anseios de amor; e se figura
Topázio no qual perco-me disperso.

Há, nos teus olhos, épocas distantes,
Anos passados, frescos na lembrança;
Há lembranças de sonhos e instantes

De um tempo em que o mundo a nós servia
De berço de encontros e esperança
De anseios e medos, e de alegria.

soneto em prosa:

Não, não é o poema que é belo;
Ele não é belo por minha causa.
Ele ser bonito não é mérito meu.
É seu.

Você é especial. Você é linda.
E nem faz idéia do quanto...
A beleza não está no poema:
Está em você.

O poema não é nada; é tão somente
A minha tentativa de mostrar ao papel
Toda a beleza que já há em você...

O poema é somente uma sombra:
Você é a luz, você é o brilho.
Você é a verdadeira poesia.


III - Futuro

                                        Vai dar certo? Não vai? Não sei.
                                        As nossas vidas nos dirão. O resto
                                        Não sei. Simplesmente não sei.

                    Vou deixar que tudo aconteça, vou sentir você a cada dia
                    A cada letra, a cada palavra, a cada respiração...
                    Não vou mais te deixar sair daqui de dentro.

Vida! Até que enfim serás boa comigo!
Até que enfim serei dela, e serei feliz!
Nada mais peço, nada mais mereço; é tudo o que quero.

                    Venha, Anjo, Venha ser minha.
                    Acomode em mim estes cristais que tens,
                    Nos olhos, a acalmar essa alma vã.
                    Essa 
                             Alma 
                                        Vã.
.




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