Então, é isso: te amo. Isso diz tudo.
E isso me faz livre, e me faz leve.
Agora meus sonhos serão, tarde ou breve,
feitos ou desfeitos. O Amor me é escudo.
É isso. Te amo. E isso me faz feliz.
E não me importa que não me vejas nem
Que me desprezes ou me trate qual um ninguém:
O Amor é meu. Sou eu. A mim condiz.
E te amo de um jeito quase mesquinho:
De um amor impossível e mal alimentado,
De um deixar crescer solto e não cuidado,
Como uma erva daninha selvagem pelo caminho.
Eu te amo mesmo sabendo que não devo
Te atrapalhar na sua vida bela e plena;
Para te proteger desse Amor, transformo-o num poema
E, para que ele transborde em mim, o escrevo.
E gosto desse amor, e de te amar,
E sinto a vida correr nas veias, qual
Suas risadas, seu sorriso matinal,
Que em devaneios motivam meu despertar.
O Amor é meu. Minha culpa. O meu fardo.
O guardarei para mim, e estarei contigo:
Nas brincadeiras e nos risos, seu amigo,
E, nos sonhos e no imaginário, seu bardo.
Meu amor será um rio em que teu quente
corpo de vida real não se banha, mas podes ouvir,
Ao longe, suas águas murmurarem a fluir
No curso d'água que te umedece e refresca a mente...
E, sim, sou responsável pelo o que sinto:
Como uma papoula, cultivada em meu jardim,
Que entorpece e envenena somente a mim
Que me embriaga como o mais puro absinto.
E fazer-te sabedora desse amor não te faz presa;
Não é pra te fazer sofrer, a esmo:
É pra me fazer sincero comigo mesmo,
E assumir meu peso, e te dar leveza.
Mas meu amor... Ah, meu Amor!... Não vou matá-lo;
Vou cuidar dele e admirar seu crescimento
Quem sabe, em breve, ele tenha seu momento
De se tornar o teu senhor ou teu vassalo...
E, assim, mesmo que eu jamais viva, então,
A alegria de ter você envolta em mim,
serei feliz, te vendo bem, porque, enfim,
Sei que não posso bagunçar seu coração.
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