quinta-feira, 10 de julho de 2025

Duas almas à beira do abismo

Não vou te pedir que venha.

Não vou forçar o passo, nem te puxar pela mão.

Mas quero que saiba: estou aqui.

E continuo inteiro.


Você pode estar tentando sufocar o que sente 

— e, ainda assim, sente.

Pode estar ensaiando a despedida 

— e, ainda assim, espera.


Pode estar fingindo 

que nada aconteceu —

mas as suas palavras não ditas 

ainda gritam por mim.


Eu vi você tremer no abraço.

Vi seus olhos fugirem dos meus,

como se evitassem cair…

e, ao mesmo tempo, como se quisessem se lançar de vez.


Você não me pertence.

E eu não quero que pertença.

Quero apenas que escolha — sem pressa, mas sem mentiras.

Com o coração que pulsa, não com o medo que trava.


Se for pra viver isso,

que seja com coragem.

Se for pra deixar pra trás,

que seja com verdade.


Só te peço que não finja que não houve.

Porque houve.

Ainda há.

Sempre haverá. Lide com isso.


E quando — se — 

você decidir pular,

não vai me encontrar 

te esperando na beira do abismo.


Vai me encontrar voando.

Com asas abertas.

Com amor inteiro.

Com espaço pra você.

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