quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Dois sonetinhos sem-sentido

Não escrevo porque quero;
Escrever não é uma opção minha.
Cada vez que escrevo, expurgo um monstro.
Extirpo de minhas entranhas seus pensamentos e desejos.

Não escrevo para ser lido,
Espero, anseio, rogo
Não ser lido por ninguém.
Ninguém tem culpa das minhas más palavras.

Não escrevo para que me digam
– Mentindo –
Como escrevo bem!...

Não escrevo para calar os outros
Não ligo para os outros
Ligo para mim.



Escrevo para estar em paz
Escrevo por terapia
Escrevo por doença
Ou pela cura.

Escrevo para não ter que carregar
O fardo das palavras;
Escrevo para não precisar
Me encontrar em mim mesmo.

Escrevo porque há a ideia
E há a pena.
Escrevo porque não quero viver só.

Escrevo, ah!... Escrevo por quê?
Porque não falo nem ouço.
Escrevo porque você lê.

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