Brumas que se movem sobre a superfície,
Dançante união dos três mundos de Escher,
Flutuando no sal que há demais no Morto.
O sal.
Passos
que flutuam sobre a areia clara,
Elefantes
que se movem nas pontas dos dedos,
Abanando
as orelhas aos ventos do sul.
O
sul.
Sombras que se apóiam nas copas das
árvores,
Árvores ao vento, a balançar,
fugazes.
Folhas que planam e secam sob o
sol.
O sol.
Cores
que se mesclam a dançar nas nuvens.
Olhos
que repousam sobre a sombra fresca.
Asas
abertas a siar no cio.
O
cio.
Nuvens que naufragam no azul celeste,
Horizonte de eventos de onde não há mais volta.
Almas de dois amantes a galgar o céu.
O céu.
* Lendo A Insustentável Leveza do Ser e ouvindo Michael Petrucciani
Ti Bianchini - 2001
Michael Petrucianni foi um dos maiores pianistas da sua geração, mesmo tendo uma deficiência congênita que impediu o seu crescimento e que era conhecida como "síndrome dos ossos de vidro": ele chegava a quebrar ossos da mão ao tocar piano. Isto não o impediu de se consagrar como um dos grandes ícones do jazz nas décadas de 80 e 90. Morreu em 1999.
Feito após minha primeira leitura de Kundera. Lembrei de Kundera num dos textos anteriores, então lembrei que havia este poema, então lembrei do Petrucciani. Ô, saudade!...
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