Morro hoje aos dezoito anos,
Aos dezoito minutos do novo
dia
Ao cair derradeiro da garoa
fria
A molhar de vez meus futuros
planos.
Levo, desta vida, os meus
dezoito anos;
A minha fúria louca que
irradia;
Amores profundos de ilusão
vazia;
Sonhos insanos;
Deixo por aqui os meus dezoito
anos
Como um testamento tolo; deixo
a alegria;
As minhas composições; o que
ninguém sabia;
Os meus enganos;
E quero, como honra aos meus
dezoito anos,
Dezoito trombetas, a vibrar a
melodia
Da mais augusta e sublime
sinfonia,
Que como uma ária funeral
embala meus poemas profanos;
Ser cremado, intensamente, por
dezoito anos,
Ser cinzas, ser guardado num
pote de magia,
Para de mim eliminar toda e
qualquer alergia,
Para que a ninguém mais eu
cause danos.
Hoje morro, ao cabo de dezoito
anos,
Dezoito longos anos de
nostalgia,
Ao recordar-me das trevas em
que vivia
Por sob os panos;
Hoje deixo para trás longos
dezoito anos
Tristes, inertes, ociosos a
cada dia;
Deixo meus tristes versos
nesta poesia;
Deixo meus gritos loucos e
sopranos.
Renasço hoje, aos dezoito
anos,
Um novo homem, em nova
soberania
E farei deste Mundo a minha
fantasia,
Ainda que seja apenas pelos
próximos dezoito anos.
Tiago Bianchini - 1997
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