quarta-feira, 16 de abril de 2014

Pantheon

I - Ao Criador 

Perfumai as sombrias madrugadas
Com o frescor de uma palavra clara;
Deixai que o vento a carregue, para
Que aqueça almas d’antes mais geladas.

Cuidai que os velhos sonhos da esperança
Estejam sempre, cada vez, mais verdes;
E sejam, sempre, assim tal como Serdes:
Abençoados por Vossa lembrança.

Deixai que a Lua, no marinho véu,
Encante os mares, brinque em sua bruma,
Deixai que faça, da noite, seu bel-

Prazer; cuidai que o amor que se consuma
Faça a noite, bela como nenhuma
Outra jamais pairou sobre este céu.

II - In Natura

Há um canto de vida em cada canto
Do mundo; há uma vida repleta de alegria;
Há um pio suave em cada gota pia
De orvalho, de chuva, de suor, de pranto.

Há, em cada instante, um  breve encanto
Que refaz durante o restante do dia
De cada sábio, sumo sacerdote ou santo,
E em cada um renasce; e isto é poesia.

Há negras noites de sereno vento
E há o sereno da noite; e há a aurora;
Há luz e cores, e sombra, e movimento

Em cada amanhecer; e a toda hora
Há o sopro de Deus, a dar alento;
É onde a vida se renova, e onde mora.


 Tiago Bianchini - 2003

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