domingo, 24 de novembro de 2013

A Lágrima

            

Uma lágrima, do olhar latente,
Escapa sorrateira, e dele vai
Através do rosto, e por ele cai;
Desliza pela pele, lentamente.

Molha a face triste e descontente,
Como a inundar a dor que dela sai,
enxugando o olhar que se contrai:
De repente, não mais que de repente.

Triste caminho de um pingo d'água!
Que desliza pelo corpo a dura mágoa,
E viaja pelo ar, e toca o chão;

Também no pranto desta dor sentida,
Sou eu uma reles lágrima da vida;
A doce lágrima do meu coração.


Tiago Bianchini, 1996

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