sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Reflexão sobre a vida feita numa madrugada qualquer



Desejais que todos os homens fossem irmãos,
E que a paz fosse possível? Desejais
Que não mais houvessem mortes pelas mãos,
E que, enfim, todos nós fôssemos iguais?

Desejais que as Guerras fossem pela Paz,
Pela conversão das meretrizes, dos Pagãos;
Que fôssemos livres, felizes, Cristãos?
Desejais muito; desejais demais.



A vida não nos dá a chance, por menor que possamos ser,
De entrar e invadir os seus domínios, É ela quem
Nos guia; e não adianta nem pensar em querer
Digladiar contra o que nos é mais forte: Estamos sem
chance alguma - mal nos sustentamos sobre os pés.
Quem sois Vós, para achar-vos mais importante
Que a própria vida, que nos sopra? Quem sois? Quem És?
Sois por ventura Deus? Nada sois; sois da vida um breve infante.



Desejais o que não vos é permitido sonhar:
Eis vosso ignominioso pecado.
Desejais tudo, quando apenas deveriam desejar

Viver, sem almejar ser salvo ou condenado:
Nada tendes a fazer, a não ser esperar
E viver, ao vosso jeito, seja ele certo ou errado.

Tiago Bianchini - 1997 (em uma madrugada qualquer)


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