Desejais que todos os homens
fossem irmãos,
E que a paz fosse possível?
Desejais
Que não mais houvessem mortes
pelas mãos,
E que, enfim, todos nós
fôssemos iguais?
Desejais que as Guerras fossem
pela Paz,
Pela conversão das meretrizes,
dos Pagãos;
Que fôssemos livres, felizes,
Cristãos?
Desejais muito; desejais
demais.
A vida não nos dá a chance,
por menor que possamos ser,
De entrar e invadir os seus
domínios, É ela quem
Nos guia; e não adianta nem
pensar em querer
Digladiar contra o que nos é
mais forte: Estamos sem
chance alguma - mal nos
sustentamos sobre os pés.
Quem sois Vós, para achar-vos
mais importante
Que a própria vida, que nos
sopra? Quem sois? Quem És?
Sois por ventura Deus? Nada
sois; sois da vida um breve infante.
Desejais o que não vos é
permitido sonhar:
Eis vosso ignominioso pecado.
Desejais tudo, quando apenas deveriam
desejar
Viver, sem almejar ser salvo
ou condenado:
Nada tendes a fazer, a não ser
esperar
E viver, ao vosso jeito, seja
ele certo ou errado.
Tiago Bianchini - 1997 (em uma madrugada qualquer)
Nenhum comentário:
Postar um comentário