domingo, 24 de novembro de 2013

Poesia

Eu sou
Um poeta que te ama.
Eu sou palhaço que o público inflama,
Sem ter riqueza, nem poder nem fama,
Sem ter, às vezes, aplausos sequer;
Eu sou um poeta, que deseja apenas
Segurar prá sempre tuas mãos morenas
E fazer de ti minha mulher.
Eu sou
Um poeta que te quer.

Eu sou um poeta, que da poesia
Já se cansou; já não vê magia;
Eu sou moleque, em minha fantasia,
Que te recobre de presentes, de amor;
Da minha tristeza faço tua alegria,
Pois sou a Lua, que na noite fria,
Te traz o dia, e te dá calor.
Eu sou
Um poeta cantador.

Eu sou
Um poeta que te ama.
Eu sou aquele que dia e noite te chama,
Na esperança de te ter como minha dama
A minha eterna dama, que, agora,
Vem me brindar com o olhar mais bonito,
Que em mim reflete o mais profundo infinito,
E que, por fim, manda esta tristeza embora.
Eu sou
Um poeta que te adora.

E, sendo assim, um poeta que te adora,
Serei também a noite, que espera a aurora
Prá iluminar minh'alma, sem demora;
Eu sou leão, sou covarde, sou profeta,
Que te coloca sempre em minha profecia,
Pronunciando que terei você, um dia,
E de presente, dar-te, então, a bela rosa,
A mais pura, púrpura, maravilhosa,
Em cujo espinho a nossa ilusão espeta:
Sou poeta.

Tiago Bianchini, 1996

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