Eu sou
Um poeta que te ama.
Eu sou palhaço que o público
inflama,
Sem ter riqueza, nem poder nem
fama,
Sem ter, às vezes, aplausos
sequer;
Eu sou um poeta, que deseja
apenas
Segurar prá sempre tuas mãos
morenas
E fazer de ti minha mulher.
Eu sou
Um poeta que te quer.
Eu sou um poeta, que da poesia
Já se cansou; já não vê magia;
Eu sou moleque, em minha
fantasia,
Que te recobre de presentes,
de amor;
Da minha tristeza faço tua
alegria,
Pois sou a Lua, que na noite
fria,
Te traz o dia, e te dá calor.
Eu sou
Um poeta cantador.
Eu sou
Um poeta que te ama.
Eu sou aquele que dia e noite
te chama,
Na esperança de te ter como
minha dama
A minha eterna dama, que,
agora,
Vem me brindar com o olhar
mais bonito,
Que em mim reflete o mais
profundo infinito,
E que, por fim, manda esta
tristeza embora.
Eu sou
Um poeta que te adora.
E, sendo assim, um poeta que
te adora,
Serei também a noite, que
espera a aurora
Prá iluminar minh'alma, sem
demora;
Eu sou leão, sou covarde, sou
profeta,
Que te coloca sempre em minha
profecia,
Pronunciando que terei você,
um dia,
E de presente, dar-te, então,
a bela rosa,
A mais pura, púrpura,
maravilhosa,
Em cujo espinho a nossa ilusão
espeta:
Sou poeta.
Tiago Bianchini, 1996
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