13
Toma
um poema. Há coisas que não sei dizer...
Melhor
fazer, do papel, um mero confidente
Para
guardar o que no peito se guarda e sente
Eis um
poema: isto é tudo o que sei fazer.
12
Lê o
poema: tenta entender o que te diz
As
palavras soltas: sou eu a te dizer
O que
não se diz: que só se tenta esconder
E se
finge esquecer; e se é feliz.
11
Leva
este poema a te falar de amor,
Um
amor vivo e forte, qual a raiz
Do
mais alto ipê; e eu, que tanto quis
Negá-lo,
sei que de mim já é senhor.
10
Como
ficar sem teu perfume, agora
Que já
provei, meu Deus, do teu odor?
Como
fazer morrer tamanha dor
Que
fica e vive, e não vai embora?...
9
Não...
não é o poema. Sou só eu
Que
finjo ser teu a toda hora;
E, de
ser um fingidor por fora,
Por
dentro devo já estar no céu.
8
Qu’este
poema possa dar-te
Um
beijo meu, perdido ao léu;
E
qu’este beijo faça réu
O teu
coração, de tal arte
7
Que a
ti, seja um elixir:
E que
me ames, destarte,
A dor,
que ora me parte,
Não
haverá de existir.
6
Sente
o meu beijo; sente:
Sou eu
a te sorrir.
Mas,
não... Quando eu a vir,
Sorrirei,
simplesmente...
5
E este
meu sorriso,
É o
hausto da gente
Que
traz, de repente
Teu
sonho impreciso.
4
Quero
te dar
Um
paraíso
Quero
e preciso
Tanto
te amar!...
3
O
celeste
Deste
olhar
É um
mar
Que me
deste.
2
Adeus!...
Sou
este.
Me
veste
Os
teus.
1
Sem
Ti,
Meu
Deus!...
Tiago Bianchini - 2.003
P.S.: a. Os números da contagem se referem às sílabas poéticas da estrofe.
b. As rimas são cruzadas entre as estrofes: as rimas externas de uma estrofe são cruzadas com as rimas internas da estrofe seguinte.
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