segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Ateliê


Meu amor é tinta diluída,
Nas saudades de uma pincelada;
E diante da tela calada,
Onde eu pinto esta minha vida,

Em luz-e-sombra, em cor esquecida
No cinza-claro, onde está traçada
Em tinta-a-óleo, sem dizer nada,
A minha Monalisa perdida;

És tu o brilho alvo do céu
Que guia sempre este meu pincel
Por sobre o pano, que esta dor corta;

És a mulher que me dá cor bela,
Enchendo de vida esta tela
Da minha vã natureza-morta.

Tiago Bianchini - 1996

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