Já não
há mais poemas;
Há a
simples constatação de estar aqui.
Há a
penúria de mais detalhes; e estar sem ti
Já
serve de motivo para todos os temas.
Já não
há mais beleza;
Ou,
por outra, nada é mais belo do que nada:
As
coisas simplesmente diferem; tu, minha amada,
Não é
maior que uma vadia nem menor que uma princesa.
Já não
há mais poemas:
Qual a
razão de trovar o que já criou Deus?
Tudo
já existe: as loucas madrugadas, os lábios teus,
Todas
as respostas e todos os novos dilemas.
Já não
há mais melodia:
Qual o
som ainda não soprado? Qual a essência
Da
flauta dos anjos? Não; não há ciência
Que a
tudo não explique, e não há, portanto, poesia.
Já não
há mais nada;
Mais
nada: nada vale a pena
Nem
teu olhar escuro, nem tua pele morena,
Nem
teu cabelo solto nem tua boca molhada.
Já
nada mais há – mas... não temas:
As palavras
moram sob os meus cabelos
E
ainda há espaço para os mais belos
Poemas.
Tiago Bianchini - 2005
Nenhum comentário:
Postar um comentário