I
Cheguei
aos limites extremos do Universo;
A um
lugar inatingível até então
Àquele
ponto no espaço, onde toda a Criação
Fazia-se
ver ante meu olhar disperso.
Vi
tanta coisa que jamais caberia em verso:
Me
senti ínfimo, insignificante; tão
Pequeno
ante o Todo, um minúsculo ponto imerso
No
Infinito, e, em meio àquilo, na solidão.
E
então percebi que não estava só: fazia
Parte
do Todo, que a tudo abrangia:
Um
mar, um planeta, um Sol, um inseto;
E que
era importante à obra de Deus
Pois,
sem aquele ponto que eu sabia ser “eu”,
Todo o
resto do Universo estaria incompleto.
II
Fui
andando, assim, como quem ora
Uma
ladainha antiga; e nem me dei
Que a
estrada acabara; há muito, a grei
Havia
perecido; já se fôra.
Fiquei
eu, no abismo onde mora
O fim
de tudo; feliz e só, eu parei:
Sem
ter senão a volta; ir-me embora
Ou ter
também ali meu fim; não sei.
Cheguei
até onde ninguém, outrora,
Chegara;
nenhum santo, nenhum rei;
Fui eu
quem mais de perto viu a aurora,
E só
então, meu Deus, eu me toquei
Que o
alcançar nada valia àquela hora,
E que
o trilhar não tinha preço; e, então, voltei.
Tiago Bianchini - 2000
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